Enrique Martínez Marín, assessor da SESIAD no Ministério de Energia, Turismo e Agenda Digital, trabalhou como coordenador do Plano Nacional de Territórios Inteligentes, cujo objetivo se baseia na melhoria da produtividade e da competitividade, modernizando a economia e a sociedade espanholas, por meio do uso de tecnologias de informação por cidadãos, empresas e administrações.
Ele também ocupa o cargo de presidente do Comitê Técnico de Padronização 178 da UNE.
Ele ocupa o cargo de presidente na SEGITTUR Sociedad Mercantil Estatal para la Gestión de la Innovación y las Tecnologías Turísticas (Sociedade Mercantil Estatal para a Gestão da Inovação e das Tecnologias Turísticas) nos últimos 5 anos.
SEGITTUR é uma operadora responsável por promover a inovação (P&D&I) no setor de turismo espanhol, capaz de contribuir para o desenvolvimento, a modernização e a manutenção de uma indústria de turismo líder por meio da inovação tecnológica.
Como a tecnologia aplicada ao turismo avançou nos últimos quatro anos? Antes se falava muito em wi-fi, centrais de reservas, sentimento de experiência e monitoramento nas redes sociais, e agora se fala em dados, plataformas, sensores e na Plataforma Nacional de Destinos Inteligentes. Como a Segittur contribui para a modernização do turismo espanhol?
Nos últimos anos, vem ocorrendo uma transformação no setor de turismo, onde a tecnologia tem desempenhado um papel decisivo na resposta às necessidades detectadas. Um exemplo disso foi a situação criada no setor de turismo durante a pandemia, onde surgiram situações que foram resolvidas com soluções tecnológicas, como códigos QR, controles de capacidade, etc. Mas não é só isso, nos últimos anos, deixamos de falar de soluções específicas, como as mencionadas acima, para falar de soluções globais, como é o caso do Plataforma de destino inteligente ou o Sistema de Inteligência Turística.
Nesse processo, e graças aos fundos europeus Next Generation e ao Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência (PRTR), a Secretaria de Estado de Turismo, por meio do SEGITTURestá desenvolvendo iniciativas que são fundamentais no processo de transformação e modernização do setor de turismo como a Plataforma de Destino Inteligente e o Sistema de Inteligência de Turismo, uma iniciativa recentemente premiada pelo CNIS.
O que a Intelligent Destination Platform trará para os destinos espanhóis e como ela transformará a experiência dos turistas na Espanha e as capacidades das empresas de turismo?
O IDP abordará muitos dos desafios comuns enfrentados pelos destinos. O objetivo é desenvolver o ecossistema de turismo inteligente do país. Além disso, temos um Sistema de Inteligência Turística que possibilitará oferecer painéis de controle a todos os destinos conectados à plataforma, informações essenciais para uma melhor compreensão dos turistas e de suas necessidades. O IDP permitirá que os pequenos destinos que não possuem recursos tecnológicos tenham serviços no mesmo nível dos grandes destinos, o que é uma grande oportunidade. É um projeto único no mundo e fornecerá ao país uma infraestrutura tecnológica que permitirá que a digitalização se espalhe por todo o setor. Por fim, gostaria de enfatizar que essa Plataforma é o resultado de um processo de cocriação que envolve os principais participantes do setor.
Qual é o papel e a relevância da Rede de Destinos Inteligentes e quais são as principais iniciativas que estão sendo promovidas por meio da rede para garantir o desenvolvimento tecnológico e sustentável do turismo?
O Rede Smart Destinations é uma ferramenta a serviço da implementação do modelo de Destinos Turísticos Inteligentes e uma iniciativa da Secretaria de Estado de Turismo para promover a troca de experiências e conhecimentos que contribuirão para a desenvolvimento inteligente de destinos turísticos
Dentro da DTI Network, é realizado um trabalho intenso, incluindo grupos de trabalho ligados a questões de interesse dos membros, elaboração de guias de boas práticas, publicações de interesse e webinars de treinamento, entre outros.
Por exemplo, dentro da Rede, temos um grupo de trabalho sobre turismo rural, que lida com o sustentabilidade do turismocom iniciativas como a criação de experiências turísticas ligadas ao setor primário.
Em relação à tecnologia, temos um catálogo de soluções tecnológicas que ajudam os destinos em seu processo de transformação digital.
Além disso, a Segittur criou um Modelo de Inovação no Destino Turístico. Do que se trata esse Modelo e como ele promove o desenvolvimento do setor?
A Secretaria de Estado de Turismo, por meio da SEGITTUR, desenvolveu o Modelo Smart Destinations que tem como objetivo contribuir para ?melhorar a competitividade ?dos destinos turísticos e ?a qualidade de vida de seus residentes ?concentrando-se em cinco áreas de ação: governança, inovação, tecnologia, sustentabilidade e acessibilidade.
Atualmente, mais de cem destinos espanhóis foram avaliados pelo SEGITTUR com essa metodologia, que também despertou interesse na América Latina, onde também trabalhamos na Colômbia, Paraguai, México, Argentina, Brasil e Uruguai.
E com relação à coleta e análise de dados, que são fundamentais para melhorar a tomada de decisões, o que o senhor pode nos dizer sobre o "Sistema de Inteligência Turística" da SEGITTUR?
O Sistema de Inteligência Turística SITque recebeu o prêmio CNIS, baseia-se tecnologicamente em uma plataforma de Big Data.?no modo?, que estuda, incorpora e analisa diferentes fontes de informação e as disponibiliza para o setor de turismo.
O sistema coleta, organiza e analisa diferentes fontes de informação, produzindo painéis de controle e relatórios dinâmicos adaptados às necessidades do usuário, além de possibilitar o download das informações. O SIT facilita o acesso e a disseminação do conhecimento, contribuindo para melhorar os processos de planejamento. planejamento estratégico de todo o setor, inclusive de destinos turísticos específicos. Ao aprimorar os recursos de medição e monitoramento do turismo, ele facilita a tomada de decisões estratégicas mais bem informadas pelas partes interessadas e operadoras de turismo.
O senhor considera a colaboração público-privada um fator fundamental no desenvolvimento de Smart Cities para o turismo inteligente?
A colaboração público-privada é fundamental. Para a criação da Plataforma de Destinos Inteligentes, foi criado um Órgão de Promoção, do qual participam os setores público e privado, pois é essencial estar conectado para encontrar soluções para os desafios apresentados pelo turismo em geral e pelo turismo inteligente em particular.
Atualmente, o modelo de turismo é frequentemente questionado do ponto de vista da sustentabilidade. Como o senhor diria que está garantindo que a digitalização e a inovação do setor de turismo estejam alinhadas com os Objetivos de Sustentabilidade da ONU (SDGs)?
O modelo de destinos inteligentes foi baseado em diferentes recomendações e sistemas de avaliação nacionais e internacionais, incluindo a Agenda 2030 da ONU.
Os ODSs podem parecer, à primeira vista, metas muito amplas e ambiciosas, mas um olhar mais atento a cada uma das metas associadas a eles facilita a identificação de ações que podem ser realizadas em cada área da gestão do turismo para alcançá-las.
Esse é exatamente o trabalho que realizamos na SEGITTUR, para identificar a relação entre cada requisito do Metodologia DTI e o ODSHá muitos exemplos da relação entre eles. Assim, o cumprimento dos requisitos de um ODS contribui direta ou indiretamente para a realização de muitas das metas dos 17 ODS. Podemos destacar alguns exemplos específicos, como o Objetivo 4 "Educação de qualidade" e sua meta 4.7 "Adquirir o conhecimento necessário para promover o desenvolvimento sustentável", que é diretamente um requisito da metodologia ITD, "promover programas de treinamento sobre o desenvolvimento do turismo sustentável no destino, em seu órgão de gestão e no setor privado".
Por fim, o senhor acha que o bom desenvolvimento futuro dos destinos está ligado à inteligência de destino e às cidades inteligentes?
Sem dúvida, o modelo de destino inteligente é baseado no modelo de cidades inteligentes. As cidades e os destinos inteligentes compartilham um projeto de cidade e território no qual a tecnologia é parte intrínseca do modelo: na coleta de dados, no gerenciamento de informações e na implementação de medidas que buscam um uso mais eficiente dos recursos e uma melhor qualidade de vida para as pessoas que vivem e viajam nesses espaços. A transformação do território em um destino inteligente promete, em primeiro lugar, a geração de informações mais precisas, contínuas e atualizadas sobre aspectos fundamentais na gestão de cidades e destinos.